segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010













Ela perdia horas observando o risco que formava entre a boca e o queixo dele!
Mas não foi assim desde o primeiro dia. Na verdade quando se encontraram pela primeira vez, ou melhor, se reencontraram, ela tinha um olhar nervoso, e um sorriso tímido. Jeito de quem quer agradar, mas não sabe muito bem o que fazer. Justo ela, sempre tão segura do que dizia, não conseguia sequer pronunciar uma palavra que havia planejado. Talvez tenha sido este o problema, ela teve muito tempo pra planejar. Passou horas e horas devorando ele em silêncio. Devorando suas idéias, tudo que ele dizia, como se todas as conversas que eles tivessem, tocassem ela tão profundamente a ponto dela só conseguir pensar em como fazer para impressioná-lo. E era incrível como ele agradava. E como foi assim durante todo o tempo que passaram juntos. Os olhos dela ficavam cada vez mais vidrados nele, e o domínio que ele tinha sobre ela aumentava cada dia mais. Ele tinha um jeito de deixá-la com as pernas fracas, o coração sufocado, a boca seca. Quando ela se deu conta havia passado pouco tempo, mas sua mente já havia registrado tanta coisa, como se precisasse daquilo para aliviar uma eterna ansiedade que ele causava. E foi isso que ela fez, guardou em algum lugar dentro dela aquilo que tanto agradava seus ouvidos e seus olhos. Detalhes, como aquele risco que se formava em cima do queixo dele, e que até hoje a faz sonhar!

Um comentário:

  1. Olá Talita! Muito obrigado pelo teu comentário no meu blog. Adorei o teu também, realmente temos muito em comum - almas conectadas por meio da poesia! - continuarei visitante teu blog, com certeza! És bem vinda lá nas minhas entrelinhas sempre que desejar! Um grande abraço e tudo de bom pra você.

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